quinta-feira, 6 de março de 2008

Retorica, e julgamento

Sempre fui um admirador da retórica e do discurso.
Isso me levou a assistir debates, discursos e admirar personalidades destacadas nesta arte.

Mesmo as de ideias ou principios diferentes dos meus. Alias, o que sempre me encantou nas grandes cabeças da arte da sustentação das ideias é a capacidade de confrontar as ideias sem antagonizar as pessoas.
A superioridade de saber que tem ideias diferentes, debate-las, confronata-las sem entrar no embate pessoal, nem mesmo na necessidade do convencimento do oponente.
Ainda que algumas vezes disputando a formação da opinião de terceiros (em julgamentos ou eleições).

Assiti com interesse e atenção a sustentação e inicio dos votos do julgamento no STJ ontem (05/03), onde o futuro das pesquisas com células-tronco no Brasil era decidido. Foi um show exatemente pelos motivos expostos acima. Independente de qual campo o orador estava defendendo.
Segue algumas citações, profundas, algumas nos causando a necessidade da releitura, para atingirmos a profundidade e percebermoso o bjetivo do orador:

Do procurador-geral da República, Antônio Fernando Barros de Souza:

"a personalidade está relacionada com a entrada do ser-humano na vida social. Todavia não se pode negar que o embrião já é homem".
"Quer-se que a Constituição da República preserve o direito à vida na concepção", disse o procurador-geral.

Do professor Ives Gandra da Silva Martins
"Distruir um ovo de tartaruga é um crime (ambiental) destruir um "ovo" de vida humana não será?
Segundo o professor, "há 73 terapias, pelo menos, inclusive de cura de câncer, que são feitas com células adultas, que não afetam o desenvolvimento humano".
"A vida começa no zigoto, a vida começa na concepção. Admitir que a vida vai começar quando for implantada no útero representa que o ser humano, quando concebido é animal para depois ser transformar em humano",

"a definição de que se pode fazer transplante após a morte encefálica". De acordo com ele, esse argumento não procede porque o embrião continua se desenvolvendo, ao contrário das células de quem teve esse tipo de morte.

Do representante do Congresso nacional, Leonardo Mundim:
"A utilização de células-tronco adultas é um caminho que praticamente já esgotou suas possibilidades. Há 40 anos há tratamentos com células-tronco adultas e até hoje não se conseguiu transformar uma célula desse tipo em um neurônio funcional".

Do Sr Luis Roberto Barroso, representante do Instituto Bioética, Direitos Humanos e Gênero:

"A lei de biossegurança prevê que os embriões congelados somente serão utilizados para pesquisa se os casais doadores assim autorizarem", afirmou Barroso."há de se convir que se tantas instituições sérias pensam assim deve haver uma dúvida razoável a respeito dessa lei e, portanto, ela não deve ser declarada inconstitucional".

Do ministro Carlos Ayres Brito - relator-Brito diz, durante o voto, que somente a vida pós-parto é dotada de direito.

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