Quando chegamos ao local (15 minutos depois) o pai dela estava manobrando seu carro em frente ao portão, fiquei parado na via por um minuto, talvez dois, para poder entrar no patio. Bom dizer que para sinalizar de forma antecipada bem antes acionei o pisca avisando da monobra.
O motorista que vinha atrás de mim acionou sua buzina de forma desesperada e soltou os mais "maravilhosos" improperios.
Por natureza sou tranquilho e nem me passou pela cabeça regir ao seu ataque. Tá bom confesso ( também por natureza sou ironico ) que por um momento, ou dois pensei em dar uma debochada dele, atirando um beijinho ... ou alguma coisinha assim, mas logo imaginei que tal atitude poderia atiçar ainda mais a ira do descontrolado ser.
Afinal de contas, não valia a pena, ele se foi com todo azedume acumulado em seu figado e bilis e eu fiquei curtindo minha familia e as deliciosas guloseimas do aniversario. Espero sinceramente que aquele "querido" cidadão tenha conseguido chegar ao seu importantissimo compromisso e que aqueles breves instantes parados atrás de mim não tenham tirado dele nada de importante em sua vida.
Espero que para ele tenha valido a pena me chamar F.D.P, corno, imbecil, etc ,etc. Espero que tenha valido a pena chamar minha cunhada, que estava ao portão, de vadia, ter fincado a mão na buzina, enfim... um escandalo.
Se isso tudo deixou ele mais aliviado ou o fez mais feliz então valeu a pena!
Já que para mim, não fez a menor diferença, ou melhor , na verdade, fiquei um pouco envergonhado pela esposa dele, e pelo mau exemplo que ele deu aos filhos que o acompanhavam no carro, para aqueles não haverá educação na escola, ou auto escola que faça se tornarem motoristas educados pois o exemplo está dado.
Para compensar li ( no blog Sozinha ou Acompanhada ) uma reportagem de um cobrador de onibus paulista, um homem negro, de óculos e sorriso muito largo, que adora dar bons conselhos para todos os passageiros que passam pela sua catraca.
"Cada um de nós tem o poder de tornar o mundo um lugar melhor", diz Chicão.
Ele conta para a repórter que por passar diariamente por hospitais, consultórios e cemitérios, chama o seu itinerário de "roteiro da dor". Por essa razão, Chicão faz questão de amparar os passageiros que têm esses endereços como destino.
"As pessoas precisam de sorrisos. Se jogar limpo com as pessoas, você receberá de volta a energia que precisa para realizar tudo o que deseja".
Lindo! Digno de um filósofo de rua, do povo, como é Chicão. Ele ainda tem como mania desinfetar cada banco do ônibus no fim do expediente por achar "indelicado os passageiros se sujarem". Sorte de quem entra no ônibus de Chicão e termina o dia com um dos seus ensinamentos e com seu sorrisão.
Estas historias comprovam que não basta estar em um carrão para ter educação ou que ser cobrador de onibus nos impeça de ser e fazer outrá pessoas felizes, em 2011 desejo que os motoristas apredam a sorrir mais, ser mais educados, assim morrerão menos e matarão menos !
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